Dica da criação: Conheça Berlim!
E finalmente fui pra Berlim! Muitas alegrias e um único arrependimento: não ter ficado mais tempo nesta cidade incrível! Capital cultural e inovadora, onde pipocam serviços criativos, Berlim é destino obrigatório pra quem gosta de arte, design e história. Primeira grande dica que recebi da minha gerente de tendências Nani e repasso: www.unlike.net/berlin – guia super descolado com textos irreverentes que vão direto ao ponto: é como se você tivesse um grande amigo morando na cidade. O site é atualizado em forma de blog e podemos conferir as datas que os lugares foram postados, então sempre tem lugares fresquinhos para serem descobertos! Perfeito pra quem quer fugir das armadilhas de turistas e descobrir as muitas galerias de arte, lojas e bares interessantes da cidade.
Entender um pouco da história de Berlim é essencial para a nossa formação como cidadãos do mundo. Além das guerras e da mea culpa pelo holocausto, é fascinante conhecer um pouco dos mistérios que envolviam a vida na DDR (Deutsche Demokratische Republik), a Alemanha oriental. Essa história é tão recente (1949-89) que basta pensar que muitos moradores de Berlim com mais de 35 anos se lembram da vida na DDR, cercados pelo Muro de Berlim e sem muito acesso ao que acontecia do outro lado. Para ter um gostinho de como era a vida naquela época recomendo e muito o DDR Museum, que é super interativo (dá pra entrar dentro de um Trabbi, assistir ao que se passava na TV sentado numa típica sala de estar, e conhecer a limitada gama de produtos que eram disponibilizados à população. Sim, diferente deste nosso mundo onde ficamos tontos com tantas opções, na DDR todo mundo usava o mesmo sabonete. E é nesse cenário que se cria, por pura necessidade, a cultura underground de que tanto se fala. Então em Berlim tudo isso é ainda muito vivo, muito autêntico.
Outra coisa que me chamou muito a atenção foi a cultura self-service – que apesar de ser um traço em comum com outros países da Europa, senti mais forte em Berlim. Acho que não fui em nenhum café, bar ou pequeno restaurante onde houvessem garçons, por exemplo. Uma situação bacana que vivi foi num biergarten durante o jogo Alemanha x Holanda: todo mundo levava os copos de volta pro bar! Que povo educado, nossa! Depois me explicaram: nestes biergartens é muito comum “alugar” os copos: você paga 3 euros pela cerveja e depois recebe 1 euro de volta quando devolve o copo! Incrível, não?!
Em Berlim é divertido procurar lugarzinhos inusitados tipo um circuito underground de mini golf com paredes psicodélicas e iluminação neon, ou então o minúsculo bar Dr. Pong: você compra uma cerveja, pega emprestado uma raquete de ping pong e entra no jogo: todo mundo fica andando em volta da mesa rebatendo a bolinha cada um na sua vez, quem erra sai! No club Cookies tem mini sala de cinema, sorveteria e vários túneis conectando os diversos ambientes. Ah! Não dá pra esquecer os quitutes típico: Spatzle e Curry Wurst! Bom e barato, e muito alemão!
Outro ponto interessante do lifestyle: a valorização dos lugares ao ar livre. Berlim é uma cidade super arborizada, sendo que 1/3 da área total da cidade é formada por florestas e parques. Há muitos lugares interessantes na beira do Rio Spree, um dos que mais gostei foi o Club der Visionare, bar descontraído, meio esculhambado e cheio de gente interessante, todo tipo de gente. Aliás é um traço marcante de Berlim, as pessoas emendam o bar depois do parque e não sentem a necessidade de se produzir tanto para dar uma volta na noite, mesmo nos nightclubs há uma fauna urbana muito diversificada, o que é muito rico, dá até um certo alívio (risos). Então é isso, é bacana sentir que em Berlim o estilo individual e o pensamento são mais valorizados que o status social e o dinheiro. Apesar da recente gentrificação dos bairros, como é comum acontecer, a cidade ainda parece ser um refúgio onde o delicado equilíbrio entre a ambição e o papel social de cada um acontece.
Última historinha para ilustrar: depois da tal noitada que envolveu vitória da Alemanha no biergarten, ping pong e bar hopping, na manhã seguinte num café do bairro Kreuzberg, perguntamos ao tiozão se além de café poderíamos comer algo e ele disse que sim, que havia comida italiana, turca, asiática, russa, além de tortas e sanduíches. Sem entender muito e querendo somente algo tipo pão de queijo pra curar a ressaca, gostamos que ele nos esclareceu que poderíamos pedir todas essas opções nos restaurantes vizinhos e trazer para a nossa mesa ao ar livre para comer junto com o café! Não é bacana essa colaboração entre os pequenos negócios vizinhos?!
Dankeschön Berlin!