Que tal tirar férias no Chile?
Definitivamente, não é preciso ir muito longe pra aproveitar as férias. Nada de Europa, Estados Unidos… claro que por lá também tem muita coisa interessante. Mas já pensou em dar uma volta aqui perto, no Chile? O Ricardo Crestani já. E é claro que alugamos o Rick pra contar um pouquinho de como foram estas férias inesquecíveis.
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Férias com todos os climas e temperaturas: Chile. O drama começa na hora de fazer as malas: como eu ia para Santiago e San Pedro de Atacama, precisava de roupas quentes (inverno é frio de verdade, principalmente na noite do deserto) e roupas leves (o dia no deserto é quente, mesmo no inverno). Ou seja: casacos de neve e roupas de banho na mesma mala. Isso sem falar em hidratante pra pele extra seca, hidratante pra lábios, protetor solar com o maior grau de proteção possível. E ainda bem que eu levei tudo isso: peguei temperaturas de -18 e 25 graus no intervalo de 8h!
A viagem começa na hora de escolher onde sentar no avião: na ida, lado direito da aeronave. Assim você vai assistindo a cordilheira dos Andes por todo o percurso. Vale a pena. Chegando em Santiago, frio de rachar. A cidade é muito acolhedora. Fiquei hospedado no Bellavista, e recomendo a todos que forem turistar sozinhos que fiquem nesse bairro. É onde acontecem os happy hours, festas, baladas. Restaurantes ótimos, perto do Serro San Cristobal (melhor vista de Santiago, principalmente ao amanhecer) e da La Chascona (casa onde Pablo Neruda morou com sua ultima esposa, até sua morte). Fiquei em um hostel de quarto compartilhado – o H Rado – e foi um dos melhores que já conheci. E foi lá que a viagem turística virou viagem de festa: a recepcionista, Barbara, super querida, é organizadora do Pub Crawl Santiago.
Pub Crawl – def. subst. Masc – movimento organizado por agências ou independente, que reúne turistas e os leva para fazer turismo por bares, pubs e clubes. É sempre barato e cheio de welcome drinks e open bars. Melhor maneira de conhecer a noite de um lugar, no começo da viagem, e de quebra, arranjar companhia pros próximos programas.
Fui dois dias seguidos. E na versão gay, no terceiro dia. É realmente muito divertido. E vale muito a pena. Mas já aviso: você vai falar e ouvir muito português: o Chile foi invadido por brasileiros!
Durante o dia: visitei a vinícola Cousiño Macul – a Concha y Toro está fechada, greve de funcionários – e vale a pena, para conhecer. Fiz o city tour com as minhas colegas de quarto no hostel, sem guia, andando. E foi ótimo. A cidade é fácil, organizada, plana. Andar em Santiago faz todo o sentido.
Foram cinco dias e seis noites em Santiago. A segunda parte da viagem, muito mais esperada, começava indo de Santiago para San Pedro de Atacama. Para isso, se pega o voo em Santiago e desce em Calama, e contrata-se um transfer até a cidade de San Pedro, no meio do Salar de Atacama. São 2h de voo mais uma hora e meia, mais ou menos, até a cidade.
E o primeiro impacto é no trajeto pra San Pedro: o deserto já coloca qualquer um no seu lugar antes mesmo de colocar os pés no chão. E é essa a sensação da viagem toda. Me sentia pequeno dentro daquelas 360 graus de horizonte, da lua ENORME, das extensões e alturas. E é tudo lindo, de verdade. Vale enfrentar o frio congelante para os passeios de altitude (Lagunas Altiplanicas – neve, flamingos, vicunhas – e geyseres El Tatio – andar por entre gêiseres e fumarolas a 4600m de altitude), vale fazer a cavalgada de 5h, com direito a tempestade de areia na hora de voltar, vale deixar a vaidade de lado – não adianta, tudo resseca, tudo suja, tudo descabela. Quanto à beleza do lugar, as fotos falam por si só. Sou um péssimo fotógrafo, e olha o que consegui!
Fiquei hospedado num hostel ótimo, Campo Base: super limpo, água quente, café da manhã de hotel. Dividi quarto com um menino de Floripa, por coincidência, e mais uma brasileira pelo menos. Mas passaram suíços, americanos, dinamarqueses. Foram seis noites no deserto, e eu ficaria mais: San Pedro de Atacama é uma cidade aconchegante, com ótimos restaurantes e muita gente legal. O clima da cidade te faz querer ficar. E olha, não sou hippie. A vontade de conhecer toda a América latina aumentou.
Observação: eu perdi os papeis da imigração. Eles entregam no avião, o agente da polícia internacional carimba junto do passaporte e você deve guardar a viagem toda, até sair do país. Tive que ir uma hora mais cedo pro aeroporto pra resolver isso, mas foi tudo bem tranquilo. Há casos bem complicados, então… melhor não perder mesmo, viu?
Obs: tem mais fotos no Instagram do Ricardo Crestani.