Cool hunters, os caçadores de tendências

Sempre buscando informações e novidades para a Imaginarium, a Nanina Rosa, nossa Gerente de Marketing e Produto, fez um curso de Metodologia de Pesquisa e Análise de Tendências com o sociólogo Dario Caldas, do Observatório de Sinais, em São Paulo.

Foram dois dias de curso intensivo, com muitas informações e questionamentos, e ela conta que saiu de lá com alguns insights bem interessantes. Tanto gostou que resolveu dar uma palestra para nós aqui na Imaginarium, contando um pouco do que aprendeu, levantando alguns questionamentos e falando um pouco mais sobre alguns conceitos que a gente tanto ouve falar que acaba confundindo tudo.

Pra começar, é bom saber que existem algumas classificações para as tendências. Aquelas que são muito impactantes, que vão realmente mudar o jeito como as pessoas pensam, são chamadas macrotendências, tendências de fundo ou ainda trends, em inglês. É o caso da sustentabilidade, por exemplo, que é algo que veio pra ficar.

Já as microtendências, ou fads, têm menos impacto sociocultural, mas podem exercer forte influência em determinados setores e comportamentos. As tendências de moda geralmente se encaixam neste caso, como, por exemplo, o uso de saias bailarinas, que está super em alta. Ou ainda a estampa liberty, o estilo navy, etc.

Outras categorias são o boom, a bolha, o modismo e o cool. Sim, daí vem o termo cool hunting, que tanto se tem ouvido falar por aí. E o que é exatamente isso? Em tradução livre, são os caçadores de coisas legais, coisas cool. Os cool hunters geralmente estão mais atentos a microtendências, ao jovem, ao hype, e por isso são tão úteis em empresas de moda e design.

Outro conceito interessante é o Zeitgeist, ou o espírito intelectual de um momento, que exerce grande influência sobre as produções de determinados períodos. (Anota aí essa palavra, agora que você ouviu, pode ter certeza que vai notar em vários textos – e até em um filme!). A aceitação de uma idéia pode ser limitada pelo padrão dominante de pensamento de uma cultura, de uma região ou de uma época, mas uma idéia muito nova para ser aceita num período, pode ser entendida facilmente uma geração depois. Entendeu? Por isso, em um momento, a idéia de que a terra girava em torno do sol era considerada heresia, mas em outro momento ficou claro que era o correto. Tudo a ver com o zeitgeist!

Ok, e saber de tudo isso, nos ajuda em quê? Pra começar, as tendências são instrumentos que ajudam a controlar o risco e diminuem a incerteza em relação ao futuro. Elas são ferramentas de antecipação, algo que pode ser previsto através de alguns sinais. Ou seja: quanto mais atentos estivermos a estes sinais, e quanto mais bagagem a gente tiver pra interpretar eles, mais vamos desenvolver produtos bacanas e inovadores pra você! :-)

Precisa dizer que a palestra da Nani, que foi depois do horário de trabalho, teve um recorde absoluto de inscritos? É incrível como todo mundo anda curioso com essa história de tendências. Vai dizer que você não tá também? ;-)

Mas quer uma dica? Se você realmente se interessar e quiser fazer um curso sobre o assunto, pergunte aos instrutores se o curso realmente dá dicas para você mesmo pesquisar tendências ou se vai ser uma exposição das tendências do momento. Isso faz toda a diferença.

Alguns lugares que oferecem cursos do gênero no Brasil: IED, em São Paulo; Perestroika, em Porto Alegre; Lemon School, em Curitiba.