DIY: Mochilão

A Patrícia Gomes, da Comunicação, é apaixonada por viagens, e já contou um pouco delas aqui. Desta vez, ela vai falar sobre um mochilão que fez pela Ásia. Leia, delicie-se e prepare a mochila você também!

Eu gostaria que este fosse mais um post de DIY e, dentro do possível, espero que seja! =)

Eu tinha duas passagens de avião, duas amigas, 7 países pra visitar e nenhum plano. Foi assim que comecei meu mochilão pela Ásia.

Depois de 18 meses morando na Índia (fotos 1, 2 e 3), o primeiro destino foi ao redor do sul do país. Cruzei o país de trem na classe mais simples, em muitas horas, MUITO calor e uma experiência incrível. Na maior parte do trajeto, nós três éramos as únicas não indianas dentre milhares de pessoas que provavelmente nunca viram um estrangeiro na vida.

Do extremo sul, tínhamos um voo para a Tailândia (fotos 4, 5 e 6). Não era minha primeira vez lá, mas a sensação de chegar no paraíso nunca é demais! Esteja você a fim das melhores festas da sua vida, de uma gastronomia fantástica, de sossego em contato com a natureza ou até se você curte o caos das grandes metrópoles… este é o lugar! Tive o privilégio de ir ao casamento de uma amiga que vive lá e ser a fotógrafa da cerimônia, que foi a coisa mais pura e singela que já vi. Sem luxo algum, pés na areia, drinks com frutas recém tiradas do pé, jantar com frutos do mar recém pescados. LINDO!

De lá, cruzei para o Laos (fotos 8 e 9) depois de passar 48 horas em um barco. Ok, passar dois dias em um barco simples de madeira não é a ideia mais genial do mundo, e eu confesso que depois de várias horas, o tédio foi grande. Mas foi uma experiência e tanto poder viajar com pessoas que têm isso como uma atividade rotineira.

Pouco se sabe sobre este país comunista com parte da colonização francesa, mas, além de lindo, o Laos é um prato cheio aos festeiros de plantão. Algumas cidades do país são consideradas o paraíso mochileiro, e muitos acabam ficando por lá trabalhando em bares para juntar dinheiro.

Do Laos, seguimos para o Vietnã (foto 10), que me conquistou logo de cara. O ambiente extremamente caótico, com lambretas e vespas por todos os lados, com 5 passageiros em cada, se mistura com impecáveis plantações de arroz, os mais variados estilos de chapéus cônicos, deliciosa gastronomia, muita história, religião e cultura.

A viagem seguiu, dessa vez de avião, do Vietnã para Hong Kong, com uma longa parada em Singapura – isso que eu chamo de choque cultural reverso! Singapura (foto 7) é o perfeito exemplo do que o dinheiro é capaz de fazer. Fui de um país que mais parece uma terra de ninguém para um dos países mais desenvolvidos do mundo, onde é proibido até mascar chicletes… no mínimo contrastante!

Chegando em Hong Kong, já se sente o que se imagina da chamada “New York asiática”, é incrível, e foi inevitável não pensar no próximo destino e nas comparações que eu faria entre Hong Kong (foto 11) e China (fotos 12 e 13).

Cruzamos para a China a pé e é impressionante como, em poucos passos, o ambiente muda completamente. Em um momento eu conseguia falar inglês com qualquer pessoa na rua e tinha wi-fi até no metrô. Alguns passos depois eu estava usando uma espécie de Google translator chinês e todas as habilidades de mímica possíveis em busca de uma casa de câmbio.

Na China eu me surpreendi a cada cidade, a cada viagem interminável de trem, a cada parque nacional, cada templo, cada hábito, cada banheiro, cada hostel, cada comida, cada pesquisa que eu fazia para o próximo destino… é uma diversidade infinita e realmente surpreendente!

A viagem terminou onde ela começou, na Índia. Parece exagero, mas depois de tantos perrengues e tantas coisas maravilhosas, foi até estranho dormir em uma cama normal e usar um travesseiro ao invés da mochila apoiando a cabeça. Dormir em estações de trem, em aeroportos, em banco de praça, sofá de shopping, trens e mais trens, tomar banho nos lugares mais remotos e não sentir vergonha de nada disso faz parte de uma série de histórias que o dinheiro jamais pagaria. E muito mais do que lugares, paisagens, culturas e religiões, eu aprendi a amar e respeitar o mais fascinante de tudo isso: as pessoas. :)

E aí, não deu vontade de programar um mochilão nas próximas férias?